sábado, 12 de agosto de 2017

Ficou tudo bem.

Não pude deixar de notar o jeito que você chegou sorrindo, com um aviso prévio de paixão, do qual me deixou sem dúvidas.. aceitei sem medo.
Você sabe que eu sempre gostei do amor, né? olhando de fora depois de tanto tempo parece bem mais difícil enxergar tudo isso, mas com o choque do término, vivenciei imagens nossas tão lindas.. e algumas, nem tão bonitas assim.
Ah, mas tudo bem. Não é? Estava sempre tudo bem. Coloquei na minha mente a ideia de que estava tudo certo, sem problemas ou tristezas. "A melhor relação do mundo!" que entendia mais sobre valores distintos do que sobre paz.
No fundo sabíamos onde nossa história iria acabar. O nosso coração sabe exatamente quando recomeçar, mas o amor parecia maior que tudo isso.
O amor nos cegou, meu bem. E eu não me arrependo. Não me arrependo de ter sido sua, das conversas, dos choros ou das humilhações. Eu não me arrependo de ter dado todo o meu amor, porque eu sei que você deu tudo o que tinha aí dentro também. Mas menino, era tão pouco.
Era tão pouco que eu me afundei tentando encontrar o que você não tinha. E talvez, nunca venha a ter.
E eu procurei, meu bem. Procurei vestígios de alguma resposta, da qual você não se importou com a pergunta. Foi sempre uma vírgula. Nosso amor foi uma vírgula constante de desculpas, porque eu não conseguia colocar um ponto final.
E você.. de pontuação, só conhecia a exclamação.
Gritava. Esperniava. Jogava seus ecos no meu coração sem entender o porquê daquilo tudo. Seu grito surdo me atingiu, assim como todas as coisas que você não disse por medo, ou na pior das hipóteses, porque realmente não achava necessário. Mas, tudo bem. Sempre fica tudo bem, né?
Olhando pra trás agora, tudo parece uma neblina. O trauma perfeito. Ah, confessa! Pode gritar que faziamos um belo casal de novela. Todo mundo achava isso mesmo. "Parabéns, felicidades pra vocês" Amor, todo mundo sabia que eramos bons demais pra ser verdade. Até porque, era tudo tão fixo, tão do jeito que você queria, tão do humor da sua mãe, tão da falta de bom senso da sua írmã, tão das suas amigas que sempre me odiaram, tão daquele dia que você brigou, brigou, brigou.. e gritou, chegou perto mas se afastou. Ufa! Era tudo tão.. nós. E eu não aguentei ser nós. Porque ser nós, era muito dificil. Era muito dolorido. Eu não consegui suportar o passado que você trouxe na bagagem. O voô sempre esteve lotado demais pra isso mesmo.
Mas tudo bem, sempre fica tudo bem.
Não sei quantas vezes te falei isso, mas sei que em todas elas, eu duvidei.
Você abriu meu coração para o aprendizado, e meu bem, sou extremamente grata por isso. Mas confesso, você foi um dos dolorosos. E agora que posso falar, não terei vergonha.
Doeu. Machucou. Tirou todos os pedacinhos de mim e reconstruiu na conduta de querer que as coisas tomassem outro rumo. Mas elas não tomaram, porque de fato, era pra ser exatamente assim. O fim sempre foi o desfecho mais real pra nossa história.
Não ter mais você é triste, mas não é ruim. É libertador. É encantador poder viver sem esse cenário todo. Agora, eu só escrevo minha história sem me preocupar com os espectadores. Portanto, obrigada.
Você foi exatamente o que eu precisava. O caos no meio de um mundo grande demais pra perceber nosso amor.
Jade Hilario

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